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A Rapariga na Aldeia

A Rapariga na Aldeia

Uma Macaca na Cidade (52)

NANNY, MAS POUCO…

 

Estou tão (enojada) enervada e triste com isto, que tenho mesmo que escrever e deitar cá para fora, sob pena de sufocar!

 

Sei que já muita gente escreveu sobre o tema – o novo programa da SIC: Super Nanny – e certamente melhor do que eu - blog A Mãe é que Sabe, jornal Público e Observador  são alguns exemplos mas permitam-me que desabafe…

 

Disclaimer: eu não vi o programa, nem tenciono ver! Nem a versão portuguesa, nem as estrangeiras (que nem sabia que existiam!). Vou basear-me no que já li sobre o formato e em alguns relatos de pessoas próximas que viram.

 

Quando comecei a ver os cartazes da Super Nanny parti do princípio que vinha aí mais uma sitcom ao estilo Malucos do Riso, Floribella ou versão tuga da Fran (que, BTW, eu adorava!). Quando me explicaram em que consistia o programa eu não queria acreditar… “Não… Não é possível que se desça tão baixo para conseguir audiências!”, pensei. Depois, ainda imaginei uma coisa ao estilo E se Fosse Consigo?, em que é tudo encenado, assim numa espécie de role-playing pedagógico (sempre seria um nadinha menos mau!), mas rapidamente percebi que não.

 

Pelo que me foi dado a entender, estamos perante uma psicóloga com ar de vendedora da Remax que encarna uma espécie de “Cesar Millan encantadora de crianças” que promete ajudar pais desesperados a acabar com as birras dos seus filhos mal comportados. Posto de outra forma, estamos perante um reality show com crianças, que não se inscreveram em lado nenhum para estarem ali a ser exploradas (humilhadas) frente a uma câmara de TV e a um país inteiro.

 

Sou mãe e fujo a sete pés de julgar outros pais! Também coloco fotos dos meus filhos nas redes sociais… Muitos alegarão que isso também constitui uma violação dos seus direitos de escolha e privacidade. Mas, nem a minha página de Facebook tem a projeção de uma SIC (e há as definições de privacidade!), nem eu escolho para partilha momentos de fragilidade ou intimidade dos meus filhos, que acredito devem ser tratados nos canais apropriados. Choca-me que temas tão fraturantes sejam tratados com tamanha leviandade! E lamento, mas nada de bom pode advir deste tipo de abordagem/exposição…

 

Já consequências negativas para as crianças, a curto/médio prazo, duvido que não existam. E entristece-me muito o retrocesso que este programa representa em termos de pedagogia/psicologia e de cultura civilizacional (já não nos bastava o Trump na presidência dos EUA!). Numa altura em que se fala tanto de parentalidade positiva e se alerta como nunca para os perigos do bullying, não houve nenhuma alminha na SIC que visse para além das audiências e do lucro, e pusesse a ética e os escrúpulos (e as crianças já agora!) em primeiro lugar!?

 

Não querendo criticar os pais (muitas vezes desesperados e muito pouco informados), tenho que admitir que eles também têm aqui uma enorme responsabilidade (também ouvi dizer que recebem mil euros por participarem, não sei se é ou não verdade…).

 

Mas não seremos todos um pouco responsáveis? Dá que pensar…

A sério que estou mesmo irritada com isto!

 

Beijos e cuidem-se.

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MGPC

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