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A Rapariga na Aldeia

A Rapariga na Aldeia

"Que merda que eu sou!"

Faz de conta que sou um dos bonecos da Avenida Q (em cena no Teatro da Trindade até 2 de Abril) e, no meu momento de brilhar, abro o livro e concluo precisamente o que está escrito neste título! 

 

Os filhos perguntam se, afinal de contas, sou ou não jornalista. Apetece-me responder "Que merda que eu sou!"

Os problemas/equações de matemática do 4º ano andam a testar o meu raciocínio e, por vezes, temos de esperar pelo pai para os resolver "Que merda que eu sou!"

Odeio cozinhar. Lavar. Passar. Limpar. "Que merda que eu sou!"

Não sei ver ar dos pneus, água e óleo do automóvel. Procuro sempre um posto de abastecimento à antiga, em que um simpático senhor enche o meu depósito de gasolina. "Que merda que eu sou!"

Estorrico o jantar porque me distraí ao telefone com a irmã a jogar conversa fora sobre saldos. "Que merda que eu sou!"

Em dias de chuva e frio, os meus filhos vão para a escola e eu fico confortavelmente em casa. "Que merda que eu sou!"

Eles têm as unhas grandes e sujas porque a plasticina não perdoa! Percebo que ando no desleixo! "Que merda que eu sou!"

Não me maquilho há uma semana e as camisolas (de andar por casa) têm borbotos. Um dia o homem faz um comentário desagradável! "Que merda que eu sou!"

Cheguei tarde. Não fui. Atrasei-me. Esqueci-me. Não sei fazer. Não sou capaz. Fiquei sem bateria no telemóvel. Não me apetece ir. Nem pensar em assuntos. Não brinquei nem joguei com os filhos. Não os preparei para as fichas de avaliação. Estou farta. Cansada. Exausta. Apetece-me silêncio. Gritei e possivelmente vou chorar ... "Que merda que eu sou!"

 

Dia Mundial do Teatro. ♥️

 

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