Nós mães precisamos de saber...
Que os nossos filhos (adultos e matulões) são seres humanos absolutamente normais, capazes de trabalhar, de viver sozinhos, de cozinhar e até de arranjar namorada sem que para isso seja útil a nossa imperiosa intervenção. Ficámos perplexos com o programa da sic em que a mãe (autoritária) escolhia uma mulher para o filho (submisso) casar. Não nos podemos esquecer que comédias daquelas acontecem na "vida real". Há efetivamente mães que se julgam habilitadas e com capacidades superiores aos filhos no que a esse assunto diz respeito. E atuam, à sua maneira, para que tudo lhes corra de feição. Das duas uma: ou porque acham que os filhos são incapazes de escolher uma mulher para casar ou porque essa mulher tem de encher as medidas também à mãe.
Quem é que nós, mães, achamos ser? Que papel temos ou queremos ter na vida dos nossos filhos adultos? Há áreas da vida dos nossos filhos que não faz mal nenhum não lhes conseguirmos tocar. E esta, a das relações amorosas, a mais sensível, é uma delas! Nós, mães, não somos seres fora de série, também somos absolutamente normais, aptas a uma série de malabarismos pelos filhos mas, passar-lhes atestados de incompetência deixa-nos verdadeiramente mal na fotografia. Não vale a pena perdermos tempo da nossa vida a desejarmos que eles sejam tudo aquilo que nós não somos. É claro que desejamos que sejam boas pessoas, bem sucedidos, educados, que não tenham vícios aborrecidos etc etc etc. Ok, e????? Nós mães fomos isso tudo? Não fomos, pois não? Então, deixemos os miúdos (adultos) escolher, decidir, desenrascarem-se sozinhos e esforçarem-se para conquistar e seduzir uma mulher. E o trabalho que isto dá? Será que os jovens estão preguiçosos??
Mãezinhas queridas, eduquem as vossas crianças de hoje (homens de amanhã) para serem livres, independentes e determinados. Para não viverem obcecados em arranjar parceira. Há muita vida para além de um casamento. Se tiverem de viver sozinhos, por opção ou não, e conseguirem, é porque são seres capazes, que não dependem de ninguém. Hoje em dia, esta liberdade é um dos bens mais preciosos que podemos deixar aos nossos.
Não sei o que o futuro me reserva a este nível. Sei lá eu o que é que os meus filhos vão querer fazer da vida e com quem. Vou fazendo o meu "trabalho", vou dando liberdade, um pouquinho todos os dias, eles vão aprendendo a fazer escolhas, a pensar; dou opiniões (sim, não consigo não dar!), conselhos, uns úteis outros nem por isso ... digo-lhes: primeiro os estudos depois os namoricos; não apanhem sol na "hora do calor" ... 🤦♀️. Coisas a que eles só ligam, se lhes apetecer!
Pequena nota: o mais novo diz-me que não vai querer fumar quando for adulto. Tá bem, abelha, penso eu, enquanto espero pelo dia em que encontro isqueiros nos bolsos do casaco dele!!!!
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