"A rádio continua a ser credível"
A Filipa Galrão mostra-nos diariamente o seu lado mais fun e otimista na rádio Mega Hits. Formou-se em jornalismo mas optou pelo entretenimento quando ganhou o casting da Mega para ser repórter no Rock in Rio Lisboa. Desde aí já ninguém a tirou da rádio. E ainda bem. Faz o que gosta e ainda tem momentos em que se diverte à séria. Conversámos sobre a "magia" da rádio como forma de assinalar este Dia Mundial da Rádio. 😍
Como é hoje um ouvinte de rádio?
É exigente, independentemente da idade, e volátil, o que hoje é mesmo cool amanhã já não é! Hoje em dia tudo se processa muito rápido e o ouvinte é o reflexo desta realidade. O ouvinte de rádio gosta de ser surpreendido a qualquer momento e a rádio permite-lhe este fator surpresa! Por outro lado, o ouvinte gosta de sentir que está alguém a falar para ele e que, simultaneamente, lhe faz companhia.
Como descreves a "magia da radio"?
A magia da rádio passa pela nossa imaginação. Claro que hoje as redes sociais permitem-nos ver muito do que se passa num estúdio de rádio e até as caras da rádio mas julgo que há lugar para imaginarmos e isso é parte dessa tal "magia".
O facto das redes sociais permitirem-nos conhecer as caras da rádio poderá ter quebrado um pouco dessa magia?
Acho que não. Para mim a rádio continua a ter essa magia, essa sedução, As redes sociais vieram fazer com que as caras da rádio se aproximassem do público, tornando-as mais reais. Eu estou muito mais próxima do meu público por causa das redes. Para além disso, há ainda também o fator surpresa, repara, não é previsível sobre o que vou falar hoje à tarde no programa Filhas da Pop.
A Internet matou a rádio?
Não, nem pensar. Aliás, aqui o Grupo Renascença Multimédia é um dos maiores exemplos da constante adaptação que a rádio tem feito ao longo dos tempos. A rádio expandiu-se com a internet. O segredo é tornarmo-nos multiplataformas, com conteúdos adaptados a cada sítio. Dou-te o exemplo aqui da Mega, fazemos vídeos só para o youtube, outros só para o Instagram, temos a app da mega, os podcasts. Há sem dúvida um esforço para estarmos em todas as frentes. E isto para nós, profissionais da rádio, faz-nos estar em constante atualização.
O que aprendeste com quem admiras em rádio?
Aprendi essencialmente que tudo requer muito trabalho, mais do que talento. Aprendi que a voz de rádio não existe. Que se trabalha como tudo o resto. A dicção, a colocação, a forma como a direcionamos quando ligamos o microfone, como a modelamos para passar sentimentos/informações. Tudo é treino e trabalho! Aprendi que devemos ser humildes. Eu tinha aquela mania "eu sei fazer" e, claro, não é nada disso! Quando ia pôr em prática percebia que errava algumas vezes, porque mexer nos botões, falar com a pessoa que temos em estúdio e, ao mesmo tempo, conseguir passar a mensagem ao ouvinte sem que pareça forçada ou que estamos a ler, pode parecer fácil mas não é! Por isso, digo as vezes que forem precisas, o talento trabalha-se.
Que leitura fazes de figuras de outras áreas, humoristas e chefes de cozinha, marcarem presença diária nos programas de rádio?
Essas pessoas têm interesse em chegar a mais público e como a rádio continua a ser um meio de comunicação muito credível, há esta saudável relação. Por outro lado, a rádio também tem sempre muito a ganhar em incluir estas áreas na rádio.
O que é que acontece no vosso programa Filhas da Pop?
Entre as 15h e as 19h eu a Teresa Oliveira falamos sobre cultura pop e sobre as nossas referências a esse nível. Gostamos muito de música, de séries e no fundo partilhamos com o público os nossos gostos, as nossas preferências. O feed-back tem sido muito positivo. Filhas da Pop é preparado algumas horas antes e anda também muito em redor das notícias que estão na ordem do dia, do que mais se fala e publica no instagram.
"Filhas da Pop, uma dupla sem pilinha porque para chegar ao sucesso esse pormenor não é relevante."
Legendou a Filipa na sua conta de Instagram.
Ouvirmos a Filipa Galrão no papel de comentadora desportiva poderia ser uma realidade?
(risos) Acho que não percebo o suficiente de futebol para tanto. E depois também porque iria sempre falar de coração e isso podia até nem interessar aos ouvintes. Sabes que não há nada que desperte tantas paixões e ódios como o futebol e eu acho que não gostava de ter isso às costas. É que os comentários nem sempre são construtivos.
Mega importante para trabalhar em rádio.
Logo à partida tem de perceber que não vai ser chegar, ver e vencer. É preciso ter consciência de que é preciso muito treino e tempo para chegar onde pretende. Ser multifacetado. Temos de ser produtores, copywriters, locutores, etc. E claro, gostar verdadeiramente deste ambiente!
O que vai ser feito pelo Grupo Renascença Multimédia para assinalar este Dia Mundial da Rádio?
Vai haver um Open Day ou seja, a rádio estará acessível a todos os que a quiserem visitar. Uma espécie de visita de estudo por todos os estúdios de todas as rádios do grupo. As pessoas podem vir, entrar, assistir e participar em programas em direto. Teremos vários convidados ao longo do dia. Tudo pode acontecer. Basta virem até aqui.
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