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A Rapariga na Aldeia

A Rapariga na Aldeia

Vida em Quarentena

Ainda não engordei uma grama à custa desta quarentena mas ainda tenho esperança que tal venha a acontecer pois não sei durante quanto tempo é que vou continuar com esta vida de merda isolamento. Em boa verdade, nunca, em circunstância alguma, tendo a enfiar-me na cozinha e a inventar receitas com o que tenho em casa mas, tudo me leva a crer que num futuro próximo eu tenha de fazer como todos vocês ... bolos e pão! Até lá, permitam-me resistir. Ainda não consegui "marikonar" gavetas e armários porque, efetivamente, continuo sem tempo. Em regime de teletrabalho e com filhos no 2º e 3º ciclos ter tempo é coisa para outras núpcias e, acreditem, as gavetas podem esperar por melhores dias tal como o exercício físico!

 

Os meus grupos de whatsapp estão com uma atividade nunca antes alcançada. Escusado será dizer que o tema dominante é a COVID-19, sendo que até há umas semanas o tema de um dos grupos era uma viagem que tínhamos marcada a ... Itália, o epicentro da epidemia! Acertámos na mouche! Claro que não fomos, ficámos em terra, concretamente na aldeia, enfiadas em casa! No meu e-mail o mesmo cenário caótico. Os professores enviam trabalhos e mais trabalhinhos e apresentações em powerpoint e páginas e mais páginas para ler e exercícios para resolver .... E sabem quem é que veio hoje dizer que está a atingir um cansaço extremo com isto das aulas à distância, sabem? os professores! os coitados dos professores! a sério? querem comparar-se a quem? a médicos e enfermeiros? Uma palavra para os professores (especialmente para aqueles que não querem ser avaliados): fiquem em casa meus queridos, lavem as mãos com água e sabão e já agora ... manquem-se! Este não é o vosso momento. 

 

Portanto, é o que posso adiantar sobre esta triste e desagradável quarentena. Sinto-me fraca a apurar os pontos positivos do confinamento a que estou "obrigada". Não lhe vejo um fim. Nem muito menos um "vai ficar tudo bem". Questiono-me quando é que isto vai passar? Será que vai? Em que moldes vamos todos voltar a "bater perna", a conviver, a conversar, a festejar? A nossa vida vai voltar a ser como era? As crianças vão voltar a conviver umas com as outras? Durante quanto tempo iremos manter-nos em isolamento, com a vida social pausada? Durante quanto tempo vamos olhar para os outros de lado e achar que estão a passar-nos o vírus? Durante quanto tempo vamos ser responsáveis e ficar em casa? E pergunto-me, repetidamente, quem será que vou perder para a merda da COVID-19? 

 

Muitas dúvidas e poucas certezas. Assim estou eu. 

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