Sendo Cristiano Ronaldo quem é, a história da alegada violação à jovem Kathryn Mayorga passou a fazer parte da atualidade mundial. Não há quem, por breves segundos, não pense o que terá mesmo acontecido naquela noite e como é que a justiça irá atuar perante este alegado crime sexual! Lancei a questão nas minhas redes. A ideia não é julgar. Longe disso. Mas sim perceber a forma como vemos o caso e como o queremos discutir (e isto diz tanto sobre nós!).
Resultados: a maior parte dos inquiridos defendem o jogador português e atacam a norte-americana, dizendo que ela é uma oportunista e que quer é dinheiro. Uma percentagem ligeiramente inferior de inquiridos consideram que se há nove anos houve um pagamento à norte-americana é porque possivelmente alguma coisa de indesejável aconteceu naquela noite. Uma franja mais pequena dos inquiridos considera que CR7 é culpado, pois claro, não soube parar perante um "não" e acreditam que se irá fazer justiça com toda a lucidez e sem pressões.
Eu gostava que Cristiano Ronaldo fosse inocente, que estivesse a ser vítima de uma cabala e que nada semelhante a uma violação tivesse acontecido naquele quarto de hotel. Que entre ele e Kathryn Mayorga tivesse havido sexo consentido. Que se tivessem divertido a valer! Porque se assim fosse, era menos uma mulher violada e porque Cristiano Ronaldo é efetivamente um símbolo do futebol mundial, inspiração para muitos jovens, e estes crimes sexuais, a serem provados, atiram o jogador português para um buraco bem fundo.
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Encontrámo-nos na Escola de Iniciação Moto Racing Sintra, onde a Madalena andou de mota pela primeira vez (scooter não conta, diz ela 😀) e atualmente treina duas a três vezes por semana, mediante as provas. Quando lá cheguei já a jovem piloto rodava na pista sob o olhar atento do pai, um dos maiores impulsionadores desta aventura e companheiros de corridas! A Madalena tem 17 anos, é estudante universitária e tem uma paixão inqualificável pelo motociclismo. Disse-me que não consegue explicar muito bem o que sente quando se põe em cima da mota. Ama. É viciada mesmo.
Foi assim que começou o discurso da médica de bata impecável que tentava encontrar vida dentro de mim. Quando percebeu que a luz que pisca na ecografia, a que é o bater do coração, não piscaria. E que aquele coraçãozinho, não mais bateria. Foi assim naquele dia, mas já havia vivido outro igual naquele terrível janeiro.
Hoje escrevo para vocês. Para todas as mães que conhecem a angústia de tal momento, o choque de tal sensação. Para as que voltaram a ser mães depois e também para as que ainda não conseguiram. Escrevo de dentro das minhas entranhas, na esperança de que esta dor seja uma dor compreendida e não, como senti que foi comigo, sacudida por um mero “tentas mais tarde” ou “qualquer dia tens outro”, ou ainda “já tens dois, querias mesmo mais um?”. Queria. Claro que queria. E também queria que me tivessem deixado chorar sem terem pressa de que voltasse a ser feliz de novo.
Engravidei pela terceira vez sem planear. Sofri um aborto tardio às 14 semanas. Voltei a engravidar passados uns meses. Voltei a perder. Quase me perdi de mim. Quase me perdi do sentido da minha existência, do amor dos meus filhos, da minha família. Sofri muito. Imenso. Sózinha. Porque ninguém nos deixa chorar.