Bullying caseiro
E foi esta a reação ao verem álbuns de fotografias antigas da família! Mais concretamente as calças à boca de sino do avô, a avó há vinte quilos atrás, as mega argolas e a poupa da tia, o meu ar desgrenhado-despenteado-ciganita! Surgiram dúvidas, muitas dúvidas quanto ao género dos intervenientes (sim, numa fotografia só conseguimos identificar o primo pelo bigode, por segundos pensámos ser a prima!), dificuldade em distinguir vestidos do dia-a-dia de vestidos de carnaval! Enfim, um pagode, como podem imaginar. Momentos únicos que passamos sentados no chão da sala, em que basicamente só conseguimos rir! Mas, o dedo apontado não se direcionou apenas às pessoas, digamos que descobrimos nas fotografias todo um conjunto de pormenores altamente primitivos como o telefone de discar, a mobília antiga do meu quarto, os pavimentos e os azulejos da cozinha da minha mãe verdadeiramente psicadélicos, os brinquedos pré-históricos da minha irmã ... um mundo de memórias dos anos 80 que eu não previa ter nos meus filhos um efeito tão anedótico.
Às tantas, e já o bullying estava em grande escala, passei por uma fotografia minha e disse-lhes "vejam lá esta, a mãe aqui até ficou menos mal, pareço arrumadinha com o cabelo penteado, estou bem compostinha, não acham?