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A Rapariga na Aldeia

A Rapariga na Aldeia

Educar sem sobrevalorizar

Os nossos filhos são os mais lindos, os mais inteligentes, os mais astutos, os mais tudo...

Temos orgulho nos nossos meninos de ouro. Os melhores do mundo.

Na verdade há uma pitada de Dona Dolores dentro de nós. Ou não! 

 

Não sou mestre na arte de educar os meus filhos, nem pretendo ser. Quando sinto que estou a ser intransigente, lembro-me que estiveram o dia todo na escola a tentar ser bem comportados. Sei que em casa há necessidade de extravasar, de quebrar regras, de fazer cambalhotas nos sofás (passo-me!!), de gritar, de correr e saltar. Momentos de pura descompressão! Eu alinho, sei e sinto que é melhor para todos. Mas calma, isto cá em casa não é uma bandalheira total. Há mínimos a cumprir. Também sei que é duro, para ambas as partes, estar constantemente a reprovar e a censurar. Não tenho paciência para tanto desgaste!!

 

Os meus ricos filhos têm na mãe a maior crítica de todos os tempos. Sou eu quem melhor os conhece e quem precocemente detecta as suas capacidades, os seus medos e as suas fragilidades. Assim sendo sinto-me mandatada para avaliar tudo e reprovar se assim o considerar. 

 

Muitas são as vezes em que as minhas pequenas crias me pedem opinião sobre um desenho que esboçaram. Eu comento. Independentemente de os desagradar. Não digo sempre que está lindo e maravilhoso quando na realidade está indecifrável! Já ouvi "tens razão mãe, não está muito bonito, hoje só me apetece pintar, não quero desenhar". 

 

As crianças, tal como os adultos, nem sempre estão inspiradas para realizar as tarefas que lhes são pedidas. E quando não estão "nem aí" e eu percebo, não me inibo de lhes dizer! Não vale a pena sobrevalorizá-los. O caminho cá em casa não é esse. Repito, cá em casa! 

 

Quais são as vantagens em não lhes dizer a verdade, quando no fundo até eles percebem que devemos estar a mentir-lhes só para que se sintam bem?

Quais são as vantagens em considerá-los os arquétipos da perfeição? 

Os entendidos desta vida certamente que terão respostas esclarecedoras. Eu não sigo esta via. Acarreta muitos riscos, a meu ver desnecessários! 

 

Um pormenor que aprecio é o reconhecimento das capacidade dos colegas. Considero uma vitória quando me dizem "tenho uma colega que desenha rosas lindamente e eu pedi-lhe que me ensinasse..." Da mesma maneira que admiro quando se comparam a colegas, tomando assim consciência das suas reais capacidades. 

Depois deste reconhecimento, há que fornecer-lhes ferramentas de todo o tipo que lhes permitam ir mais além caso pretendam, obviamente. Professores, mães, pais, avós, tios e primos. Estamos todos envolvidos neste projecto. 

 

Um projecto assente em motivação e incentivos, sem fugir à verdade?  

SIIIIIIIIIIIIMMMMMMM. (como disse o menino de ouro da mãe Dolores)